Devido à perseguição e ao zelo evangelizador dos primeiros discípulos, na Igreja primitiva, os apóstolos e seus colaboradores se espalharam por toda a terra então conhecida. São Paulo evangelizou a Grécia e chegou até a Espanha e a Roma, onde sofreu o martírio. São Pedro também deu sua vida pelo Mestre perto da Colina do Vaticano. A partir da capital do Império Romano, a fé em Cristo se difundiu pela Europa, influenciando a culturas e impregnando todos os aspectos da vida social com o Evangelho. A civilização ocidental foi construída sobre valores cristãos, com uma visão do homem marcada por seu ser filho de Deus, por seu destino eterno em Cristo.
A evangelização dos novos continentes difundiu em todo o mundo uma cultura cujas raízes se encontram no Evangelho e é inseparável da fé. Infelizmente, no século XVIII, iniciou-se na Europa, com o Iluminismo, uma onda de laicismo com o objetivo de espoliar todo o Ocidente de sua identidade cristã. Esta onda de laicismo está se transformando em cristianismo-fobia, como afirma o Papa Bento XVI. Uma das consequências do laicismo é que leva o homem a viver como se Deus não existisse. Gerou uma grande falta de esperança, que se manifesta em certa angústia existencial para o futuro, na diminuição dos índices de natalidade, do número de vocações e na incapacidade dos jovens de tomar decisões definitivas para suas vidas, inclusive o matrimônio.
Durante a sua visita a Santiago de Compostela, em novembro de 2010, o Santo Padre Bento XVI afirmou: “É uma tragédia que na Europa, principalmente no século XIX, se afirmasse e se difundisse a convicção de que Deus fosse o antagonista do homem, o inimigo de sua liberdade (...). Deus é a origem de nosso ser, o fundamento e o ápice de nossa liberdade, não o seu opositor (...). Como é possível que se tenha feito silêncio público sobre primeira e essencial realidade da vida humana?”. (Santa Missa no Ano Santo Compostelano, Plaza del Obradoiro, 6 de novembro de 2010).
Os discípulos de Cristo no Ocidente devem efetivamente recuperar o entusiasmo pela fé, superando o materialismo consumista e abrindo-se a uma dimensão transcendente da vida. É necessário redescobrir a pessoa de Cristo come Alguém que está vivo, que está no meio de nós. É necessário encontrar novos espaços de silêncio e meditação da Palavra de Deus, para poder entrar em comunhão com a pessoa de Jesus. Por isso, o Papa convidou os cristãos a “seguir o exemplo dos apóstolos, conhecendo o Senhor a cada dia mais e oferecendo um testemunho claro e corajoso de seu Evangelho”.
Maria, Rainha dos Apóstolos, nos conceda, com sua materna intercessão, uma nova efusão do Espírito Santo que renove a Igreja no Ocidente.
Fonte: Verbonet
Nenhum comentário:
Postar um comentário